8 de setembro de 2011
BRASIL: Violência cresce no Nordeste
Jenilson dos Santos Conceição, 20 anos, jaz com o rosto virado para baixo no duro concreto, o corpo torcido, sandálias ainda nos pés e o sangue escorrendo de 14 ferimentos de bala e manchando a ladeira.
Uma pequena multidão de moradores assistia friamente aos 12 policiais rondando o corpo sem vida do jovem. “Ele foi perseguido, até que foi executado bem aqui”, disse o investigador Bruno Ferreira de Oliveira. “Eles queriam ter certeza de que estava morto”.
Conceição foi a terceira pessoa encontrada morta no estado da Bahia naquele dia de julho. Até o final do dia, seis morreriam violentamente, e até o final do mês, 354 seriam mortos, disse a polícia.
A geografia da violência no Brasil virou de ponta-cabeça nos últimos anos.
Na região Sudeste, onde ficam Rio de Janeiro, São Paulo e muitos dos estereótipos mais duradouros de tiroteios e sequestros do país, o índice de assassinatos caiu até 47 por cento entre 1999 e 2009, de acordo com estudo de José Maria Nóbrega, professor de ciência política da Universidade Federal de Campina Grande.
Porém, aqui no Nordeste, região pobre que se beneficiou muito de programas sociais que o ex-presidente Lula patrocinou em seu mandato de oito anos, o índice de assassinatos quase dobrou no mesmo período de dez anos, tornando esta área a mais violenta do país, de acordo com Nóbrega.
Salvador, a maior cidade da região, é um dos maiores destinos turísticos do Brasil e entrada para algumas das praias mais espetaculares do país. E, assim como o Rio, está se preparando para receber a Copa do Mundo de 2014.
Então, as autoridades daqui estão seguindo os passos do Rio, tentando combater o amento da violência, estabelecendo unidades policiais permanentes em áreas violentas frequentadas por traficantes de drogas.
As forças policiais comunitárias que estão sendo instaladas aqui são similares às unidades de polícia pacificadora que o governo do Rio vem usando – causando comemorações e controvérsias – desde 2008 para reprimir a violência.
Por Alexei Barrionuevo, de Salvador, Bahia, The New York Times News Service/Syndicate
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